O título deste post é o mesmo de um seriado estadunidense atual. O enredo desenrola-se nos bastidores de um grupo de heróis cuja moral é altamente questionável, apesar da imagem perfeita transmitida ao público nas pela mídia, gerenciada por uma líder manipuladora, cuidadosamente planejada para parecerem irrepreensíveis.
Nestes bastidores os heróis têm um comportamento infantilizado, egocêntrico, maligno e todos passam por uma grande crise existencial, cada um dentro da sua particularidade. Ou seja, são heróis nos holofotes e seres humanos fora deles.
Há pelo menos três reflexões atuais consideráveis neste seria que gostaria de comentar. A primeira delas é que todo o ser humano busca um salvador. As vezes queremos ser salvos por outro, e noutras depositamos a nossa salvação em uma reflexão autocentrada onde nos colocamos com sendo a régua da vida. Entretanto, todos os aparentes heróis eleitos pela humanidade têm seus bastidores. Eles são todos imperfeitos.
Isso nos leva a segunda consideração. Não há salvadores entre a humanidade que não tenham imperfeições. Entretanto, a nossa cultura, que por muito tempo idolatrou seus heróis tem negado essa postura messiânica a tanto tempo apreciada nos filmes do gênero e polarizou para o outro lado, negando radicalmente toda a expressão messiânica. Preciso lembrar que toda a polarização é ruim. Atualmente o discurso comum é de potencialização ou vitimização de nossas limitações, defendido por uma ideologia que o líder perfeito (ou messiânico) é aquele que apresenta suas imperfeições e não somente as suas glórias.
A terceira consideração é uma crítica agressiva ao cristianismo, representada por uma igreja cujo líder é moralmente questionável, mas carismático que move multidões. Não dá para culpar a percepção dos autores do seriado, porque este justamente o retrato que muitos líderes e igrejas tem permitido a sociedade tirar das igrejas ditas cristãs.
Por outro lado, essa também não é toda a verdade. Não podemos julgar o todo pela parte. Em primeiro lugar porque as escrituras jamais apresentaram algum ser humano como herói. Pelo contrário, são pessoas altamente questionáveis como somos, mas que em algum lugar de sua vida aprenderam que existe um Deus perfeito, sob o qual precisa depositar suas limitações e experimentar a restauração de sua jornada. Em segundo lugar, que a existência do salvador não está depositada em nenhum ser humano, mas em um Deus encarnado, que assumiu forma humana, e ressurreto cujo nome é Jesus, nascido em Nazaré, conhecido como o Cristo, ou seja, o ungido por Deus Pai para isso. Em terceiro lugar, a igreja de Cristo, é um conjunto de homens e mulheres imperfeitos, que aprenderam ao longo da jornada a crer, confiar, seguir e caminhar com Deus e somente então tornarem-se discípulos de Jesus, seguindo os passos do seu mestre. Jesus é único perfeito, seria então injusto julgar o cristianismo pela postura da igreja. Ela sempre será imperfeita. Logo, julgar o Cristianismo pela igreja é errado. E julgar a igreja pela perfeição de Cristo é errado também.
A igreja de Cristo nada mais é do que um conjunto de pessoas imperfeitas que aprendem todos os dias a depender e caminhar com Deus, no formato de Jesus, o Cristo.
Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo. Dele todo o corpo, ajustado e unido pelo auxílio de todas as juntas, cresce e edifica-se a si mesmo em amor, na medida em que cada parte realiza a sua função. Efésios 4:15,16